“Encostas do Rabaçal” conquista Ouro e Prata em concurso internacional
A Adega Cooperativa de Valpaços soma e segue. Todos os anos soma títulos pela qualidade dos sucos ali produzidos e os mais recentes vieram do Concurso Internacional de Vinhos de Montanha,...
5/8/2011 in Diário Atual
Adega Cooperativa de Valpaços distinguida em concurso de vinhos
A Adega Cooperativa de Valpaços acaba de ser distinguida com dois prémios nos seus excelentes vinhos, uma medalha de ouro e outra de prata no concurso de vinhos de montanha em It&aacu...
4/8/2011 in Confagri
Sete prendas no sapatinho
A Adega Cooperativa de Valpaços portou-se bem e o Pai Natal já lhe pôs sete prémios no sapatinho, presentes que vieram de um concurso mundial.
21/12/2010 in Diário Atual
Sete vinhos premiados em concurso mundial
Adega satisfeita com resultados obtidos no "Wine Masters Challange 2010".
Expansão Internacional na Mira
Adega Cooperativa de Valpaços – Luís Sousa, o presidente da direcção, fala da casa de dois mil associados, que esta época colheram mais de 4 milhões e...
4/11/2010 in Diário Atual
Adega Cooperativa de Valpaços premiada no Wine Master Challenge
A Adega Cooperativa de Valpaços arrecadou vários prémios no Wine Master Challenge, evento internacional de vinhos.
24/9/2010 in Adega Cooperativa de Valpaços
Parceria entre Águas de Carvalhelhos e Adega Cooperativa de Valpaços
Vento Norte é o nome da parceria comercial estabelecida entre a Adega Cooperativa de Valpaços e a empresa Águas de Carvalhelhos.
19/5/2010 in Alto Tâmega TV
Espumante São Pedrinho
A Adega Cooperativa de Valpaços criou um vinho espumante monovarietal feito com uma das mais nobres castas transmontanas, mas um pouco esquecida: a "Códega do Larinho".
Primeiro Espumante Feito com Códega do Larinho
Provavelmente, a Adega Cooperativa de Valpaços foi a primeira na região de Trás-os-Montes a elaborar um vinho espumante monovarietal feito com uma das mais nobres castas transmontanas,...

Expansão Internacional na Mira

Luís Sousa, presidente da direcção da Adega Cooperativa de ValpaçosLuís Sousa, o presidente da direcção, fala da casa de dois mil associados, que esta época colheram mais de 4 milhões e meio de quilos de uvas.

Qual o balanço que faz das vindimas de 2010?

O balanço é bom. A época correu muito bem. A vindima pautou-se por muita disciplina, como tem sido nos últimos anos e nem outra coisa se poderia esperar dos nossos associados. Houve um aumento significativo da produção, que rondará os 15%, o que contrariou as nossas expectativas, porque ainda temos vinho em stock e esse factor aumenta as nossas dificuldades de escoamento. Os agricultores que outrora faziam vinho para casa ou até vendiam sem sair de casa, este ano também se depararam com dificuldades em escoá-lo e vieram trazê-lo à cooperativa.

A razão poderá estar nas exigências do consumidor e do mercado em geral?

A lei sempre existiu, embora as autoridades competentes não a tenham feito valer ao longo do tempo. A fiscalização esteve sempre aquém, porque não eram pagas taxas e impostos, ao contrário desta casa que além de tudo isso tem postos de trabalho e responde economicamente por muitas famílias deste concelho.

Também é verdade que temos um consumidor cada vez mais esclarecido e consome vinhos rotulados, que pressupõem certificados de origem e de qualidade.

"JOVENS DEVERIAM BEBER MAIS VINHO"

A que se devem os problemas de escoamento?

Sobretudo à mais que falada crise, que efectivamente afecta o sector primário, a agricultura, e em particular o sector do vinho que não é hoje um bem de primeira necessidade, como no passado. A dona de casa, quando vai às compras, põe em último lugar o vinho.

Os hábitos no consumo do vinho têm vindo a perder-se, os jovens optam por bebidas brancas, apesar de muitos deles se terem formado, na nossa região, como costumo dizer, à custa do resultado do vinho.

Infelizmente, ao contrário de muitas cidades e países europeus, nós não mantemos a tradição e hábito de o beber. É habitual em Espanha, por exemplo, até as senhoras num café beberem um copo de vinho e aqui as pessoas têm um pouco de vergonha. Além do mais, as autoridades também fiscalizam cada vez mais e já não se pode beber como antes, sobretudo se se vai conduzir.

Contudo, a nível de exportações estamos a aumentar as nossas vendas internacionais, e acreditamos que dentro de pouco tempo possamos aumentar ainda mais a exportação. França é um dos principais países que consomem o nosso vinho, devido também ao elevado número de emigrantes que lá temos, mas exportamos também para o Reino Unido, Suíça, Luxemburgo, Estados Unidos, Angola, que é um mercado onde poderemos expandir brevemente. Os vinhos DOC’s e Regionais são os mais vendidos.

Nota-se um aumento no concelho do número de vitivinicultores e engarrafadores. Foi afectada de alguma forma a acção desta cooperativa?

São mercados diferentes e desde que sejam vinhos de qualidade, sob as orientações da Comissão Vitivínicola de Trás-os-Montes, só temos a ganhar, porque também eles são embaixadores daquilo que de melhor tem o nosso concelho e é o bom nome de Valpaços e do vinho de Valpaços que é divulgado.

Não há qualquer dificuldade em termos de acção da adega em relação a qualquer actividade que possam desenvolver. Têm surgido alguns produtores particulares e ainda bem. É necessário que se entenda que um sector da mesma região tem de estar de braços dados para que as coisas corram da melhor maneira. Todos nós temos obrigação de trabalhar para que as coisas funcionem e que a região se torne cada vez mais competitiva.

"SÃO PEDRINHO É JÁ UMA REFERÊNCIA"

Como tem sido a aceitação do vinho espumante da Adega Cooperativa de Valpaços?

Aspecto da garrafeira da Adega Cooperativa de ValpaçosExcelente. Quisemos que o espumante fosse um produto de referência e com isso alargar a nossa oferta de produtos. Não era nossa intenção vender grandes quantidades, mas vender um produto de qualidade, diferente. Temos um espumante de uma monocasta com características excepcionais. O consumidor quando prova o nosso vinho espumante gosta e fica admirado.

Em termos de perspectivas, acredito que é um produto com sucesso, com tendência a crescer, tanto que não fazendo em grandes quantidades, esgotou nos últimos dois anos. A tendência é para crescer.

Temos ainda o espumante tinto que é mais recente e no qual houve também o cuidado de seleccionar as melhores uvas para a elaboração do mesmo. O feedback que temos é que muitos consumidores dizem que é uma das referências do mercado, é um produto de eleição e acreditamos que futuramente tenha o escoamento que desejamos.

A aceitação do mercado superou as nossas expectativas. Este ano fizemos maior quantidade e temos a certeza que não vamos ficar com ele.

A minha principal preocupação é que a aposta que os associados fizeram nas castas seleccionadas de suporte ao espumante seja merecedora, porque penso que o espumante vai ser uma verdadeira referência nesta casa. A nossa dificuldade é, talvez, ainda, não ter matéria-prima suficiente para atingirmos os patamares que desejaríamos.

O vinho de Valpaços continua a ser premiado...

Tivemos oito medalhas no Master Challenge, uma de ouro, duas de prata e cinco de bronze. Todos os vinhos que mandámos para o concurso foram premiados, o que nos traz responsabilidades acrescidas. Quando mandamos vinho para os concursos temos quase a certeza que algum prémio vem, foi sempre assim. No futuro, com as condições de vinificação que temos, com tecnologia de ponta que adquirimos, que foi um grande investimento, aliada à colaboração dos nossos associados, com certeza que conseguiremos trabalhar mais e melhor.

Quem visita a nossa casa fica maravilhado com as nossas condições.

Quais são as apostas desta casa neste momento?

A nossa principal aposta é a comercialização. Todas as portas que se vão abrindo vão sendo agarradas com algum cuidado, com o intuito de alcançar sempre mais um bocadinho. A única dificuldade que esta casa tem é o escoamento dos produtos, mas as perspectivas conduzem a uma aposta cada vez maior na comercialização internacional.

De que resulta a associação de Nadir Afonso ao vinho valpacense?

Garrafas de vinho «Artistas Transmontanos», produto resultante da colaboração com o artista Nadir Afonso.O vinho, só por si, é um produto nobre e foi sempre associado a grandes artistas. Registamos uma marca denominada de "Artistas Transmontanos" e solicitámos a colaboração de alguns artistas, que não disseram que não, mas até à data foi Nadir Afonso que se disponibilizou e fez um quadro, que reflecte na sua óptica a cidade de Valpaços. Foi uma aposta que teve um impacto grande e ele quis homenagear-nos e gostaríamos que outros artistas transmontanos abraçassem esta causa, que é sempre uma ajuda preciosa para ajudar, não só mas também, na internacionalização.

Há uma tendência para pequenos viticultores arrancarem as vinhas?

Nos últimos anos tem havido grandes incentivos à reconversão. Pena é que muitos viticultores não tenham feito essa aposta porque reconversão reverte também na qualidade. Deve-se também à redução de custos, que para o agricultor é uma preocupação constante. Os factores de produção são elevadíssimos e atingiram proporções que não são desejadas.

As vinhas velhas, com áreas pequenas, não possibilitam a utilização de certa maquinaria porque hoje já não se lavra com animais e além disso, para além de terem variadas castas que já não predominam na nossa região, não correspondem aos parâmetros desejados. As áreas pequenas, só por si não têm a rentabilidade desejada, por isso o pequeno viticultor ou pequenas vinhas têm tendência a desaparecer.

Contudo, o que acontece no vinho, acontece noutros produtos. O agricultor tem, cada vez mais, dificuldades, com a enchente de produtos que vêm do estrangeiro e que são vendidos nas grandes superfícies, onde há muito poucos produtos Made in Portugal.

No passado, tudo o que se produzia, vendia-se. Actualmente as áreas aráveis estão a desaparecer para dar lugar a mato.

Foi recentemente inaugurado o nó de acesso a Rio Torto. Veio beneficiar a cooperativa?

Era uma via desejada há muito tempo e foi uma boa iniciativa da autarquia. Os agricultores andam meia dúzia de quilómetros em detrimento de algumas dezenas e só traz vantagens em termos de custos e tempo. É de todo desejável que não se criem dificuldades aos agricultores e os acessos devem ser uma prioridade para minimizar os custos. Utilizam aquela via alguns dos nossos associados e posso dizer que produzem bom vinho.

Cátia Mata

4/11/2010 in Diário Atual
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